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Uma luz que se apaga nos Teatros do Brasil


É Incontestável, falar que esta mulher não nasceu pra arte, Marília era uma pessoa extremamente, critica, consigo mesmo, ela tinha o dom de ser artista se possamos chamar assim. Um artista completo dizem os americanos que para ser completo na arte tem que interpretar, cantar e dançar, onde o mais interessante de tudo isso, é que tudo,que Marilia fazia era perfeitamente, magnífico. Dona de uma voz, arrasadora, e com certeza cantava melhor que muita gente que se diz, cantora, ela gostava muito,mais de cantar do que interpretar, mas nada ficava ruim, quando Marília entrava em cena. Lembro ,que,conheci Marília em meados de 1986, como diretora na pré estréia de O Mistério de Irmã Vap, que mais tarde passou a dirigi-la de novo com os atores Marcelo Medici e Cássio Scapim . O enredo tem como cenário um castelo, do tipo daqueles que aparecem nas histórias de fantasmas, nas quais este ambiente é normalmente mal assombrado. Nesta história o viúvo Lord Edgar contrai novo matrimônio e passa a viver ao lado de sua nova mulher, Lady Enid, na antiga residência senhorial, onde ela é explicitamente hostilizada pelos serviçais da antiga senhora, Irma Vap – um anagrama de vampira -, principalmente por uma governanta com instintos assassinos. As noites do castelo são aterrorizadas por personagens inusitados, como um lobisomem, uma múmia, masmorras ocultas, um guia de turismo do Egito, entre outros. A trama original, escrita por Charles Ludlam, criador de uma nova modalidade cômica, ao lado da sua Ridiculous Theatrical Company, foi traduzida e adaptada por Roberto Athayde, como um fundamento imaginário para que apenas dois atores se alternem velozmente no palco, na personificação de diferentes caracteres.

A velocidade com que os protagonistas se revezam no palco é fundamental para o timing da peça; esta meta é concretizada através da fantástica troca de figurinos, elaborados por Colmar Diniz, da pontualidade dos técnicos, da sonoridade e da luz, bem como da contra-regragem. A performance dos atores é um dos maiores trunfos do espetáculo. Segundo a crítica, Marco Nanini cria no palco uma interpretação interativa, entusiástica, pontuada por amplos movimentos. Ele se confunde com os personagens, que vão desde um funesto guarda-caça corcunda a uma voluptuosa princesa do Egito. Já Ney Latorraca é um contraponto de seu parceiro, pois esboça seus tipos fictícios com maior moderação, submetendo seus caracteres à sua própria individualidade, interagindo com eles em um estilo próximo ao preconizado por Brecht. É assim que ele encarna, com perfeita ironia, uma governanta ameaçadora e um nobre tolo. Marília Pêra, na direção do espetáculo, privilegia os artifícios teatrais, desfazendo ilusões e revelando à platéia as técnicas que norteiam a apresentação. Desta forma ela transforma o público em conivente dos ardis utilizados pelos mágicos que atuam nos bastidores, compondo a representação vista nos palcos onde foi elogiada pela crítica como um grande espetáculo muito aclamado pelo público,tendo mais de 1000 apresentações. Muitos adjetivos podemos dizer de Marília, uma pessoa de uma disciplina única, e de um carinho muito especial com seus colegas de trabalho, com o tempo Marília cresceu, cresceu e conseguiu se projetar como uma das maiores atrizes do Brasil e porque não dizer do mundo, com muitos filmes, como Pixote seu grande marco, em uma cena antológica com Fernando Ramos da Silva , na Direção de Héctor Babenco, onde a atriz amamenta Fernando em seu primeiro filme como ator. Lembro-me que também, que após temporada no Rio de Janeiro, a atriz Marília Pêra chega ao palco do Teatro Procópio Ferreira para comandar a comédia musical Gloriosa. Marília vive Florence Jenkins, "a pior cantora do mundo", que não acertava uma nota, porém acreditava que tinha talento.Florence Foster Jenkins era a piada mais popular de Nova Iorque nos anos 40 do século passado. A peça foi realizada em 2006 ,os ingressos para os recitais anuais que protagonizava no Hotel Ritz eram disputados a tapa, ainda que sua performance fosse a mais terrível. Marília divide o palco com Guida Vianna e Eduardo Galvão no espetáculo de Cláudio Botelho e Charles Möeller.Com texto de Peter Quilter, o espetáculo Gloriosa teve sua estreia mundial em agosto de 2005, no Birmingham Repertory Theatre, na Inglaterra, e tornou-se a peça mais vendida na história daquele teatro. A montagem inglesa ganhou os prêmios Theatregoers e Laurence Olivier Award na categoria Melhor Comédia Musical. Em 2006 e 2007, Gloriosa foi encenada em mais de 20 países, em uma interpretação sublime de Marília Pera dando uma nova cara para as apresentações. Falar de Marília, é não falar, e sim admirar, e aprender.

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